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Tokusatsus: O começo de tudo – Parte II

Olá, mais uma vez. Nessa segunda parte da matéria especial sobre os Tokusatsus vou falar um pouco sobre seus subgêneros e as produtoras, pois sem elas eles não existiriam. Vamos lá?




Dividindo em partes…
tokusatsu
As séries tokusatsu são divididas em vários  grupos, franquias, subgêneros, famílias ou classificações (como você preferir). Cada um possui suas peculiaridade, o que permite ser facilmente identificada por quem o assiste. São elas: Sentai ou Super Sentai, Kamen Rider, Metal Hero, Ultraman, Henshin Hero e Kyodai Hero. E como eles adoram complicar (mesmo achando que estão simplificando as coisas), ainda existem outras sub-classificações, principalmente dentro dos Henshin Hero, como as Super Heroine, Children Hero e Classic Hero, entre outros. Não vamos nos ater a elas, afinal, se fôssemos decorar todos os termos usados no mundo otaku não sobraria espaço nem para lembrar de vestir a roupa antes de sair de casa. Agora vamos a parte mais divertida (pelo menos para mim), saber as características de cada subgênero (ou grupo, franquia…).




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Sentai ou Super Sentai
Produzida pela Toei Company (sempre ela), foi criada por Shotaro Ishinomori em 1975 se mantendo viva (mesmo que não da maneira correta) até hoje. São as famosas (e inconfundíveis) séries nas quais equipes de três a cinco guerreiros (ou adolescentes que caem de paraquedas), cada um vestindo um lindo (para não dizer o contrário) uniforme com uma cor diferente para cada um, defendem a Terra das terríveis, tenebrosas e nefastas forças do mal. Até 1979, a franquia se chamava apenas "Sentai", mas após as duas primeiras séries (Goranger e JAKQ), as demais equipes passaram a dispôr de veículos mecânicos que se transformam em um robô gigante (sabe os EVAs de Evangelion? É mais ou menos isso), passando a denominar-se Super Sentai. O gênero passou por diversas reformulações ao longo de três décadas, porém mantendo sua premissa básica (que se tornou um batido clichê nas mãos norte-americanas). A franquia norte-americana Power Rangers usa estas séries como base, chegando a usar o mesmo figurino, monstros, veículos e até mesmo algumas cenas de ação originais (e bem ultrapassadas para o século 21 diga-se de passagem). Mesmo a falta de criatividade dos americanos em renovar o gênero, acho difícil ele desaparecer, afinal, quem nunca se fez passar por um ranger vermelho da vida? No Brasil, as séries vidas do Japão e que foram exibidas por aqui são Goggle V (não tem nada a ver com o famoso site de pesquisa – eu acho =P), Changeman (que inclusive foi lançado em DVD pela Focus Filmes), Flashman e Maskman.




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Metal Hero
Esse gênero foi produzido pela Toei Company. A fórmula de bolo desse gênero era um jovem que usava uma armadura metálica de última geração para combater alguma organização maligna que ameaçasse a paz na Terra. Considerada uma grande inovação do Tokusatsu à época de sua criação (afinal, não era toda hora que se via um robô salvando o mundo – pelo menos naquele tempo), o gênero sofreu grandes e variadas modificações no decorrer dos anos, sendo pouco a pouco desgastada até o seu fim em 1997, após a exibição da última série, B-Fighter Kabuto. Embora tenham sido produzidas outras séries após esse período (como as infantis Robotack e Kabutack), elas não são incluídas como pertencentes à franquia na contagem oficial.
O género teve início com a era dos Policiais do Espaço, uma trilogia formada pelas séries Gyaban, Sharivan e Shaider. Posteriormente, foram produzidas mais duas séries com a mesma premissa, porém separada da "família" dos Policiais do Espaço: Jaspion (série lembrada até hoje por nós otakus, sendo lançada em DVD), a primeira série tokusatsu exibida no Brasil nos anos 80, e Spielvan.
Devido a um certo insucesso, as séries seguintes adotaram temas distintos. Em Metalder, um andróide é reativado por seu criador muitos anos após o término da Segunda Guerra Mundial para combater um imperador mutante milionário. Em Jiraiya (ou que não sai da nossa cabeça e que ganhou um DVD recentemente, também pela Focus), um aprendiz de ninja ganha uma armadura e uma poderosa espada ninja, sendo a maior esperança de manter a paz desafiando os ninjas mais poderosos do planeta e enfrentando uma família de ninjas malignos. Em Jiban (outro que vai ser lançado em DVD em breve), um policial morre no cumprimento do dever e é transformado em um ciborgue para que sua vida fosse salva, passando a combater uma organização de monstros biotecnológicos (acreditem, qualquer semelhança com Robocop pode não ser mera coincidência).
Veio então a segunda trilogia dentro do gênero, os Rescue Heroes, composta das séries Winspector, Solbrain e Exceedraft. No Japão, ainda foram produzidas Janperson, Blue Swat, Juukou B-Fighter e B-Fighter Kabuto.
Com a derrocada do gênero e as constantes reformulações, a Toei decidiu por encerrar a produção do gênero após B-Fighter Kabuto, mantendo apenas a produção de Super Sentais e posteriormente, Kamen Riders. Ainda assim, há fãs que afirmam que muitas características dos Metal Heroes foram incorporadas aos Kamen Riders da era Heisei.
No Brasil, foi o subgênero com mais séries exibidas (fruto da febre de filmes policiais nos EUA suponho eu – sorte nossa não é?), desde Gyaban até Solbrain: Gyaban, Sharivan, Shaider, Jaspion, Spielvan, Metalder, Jiraiya, Jiban, Winspector e Solbrain.




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Kamen Rider

Produzido pela Toei Company em parceria com a Ishimori Productions. Criado por Shotaro Ishinomori em 1969, o Kamen Rider foi um personagem de enorme sucesso em mangá (que por um pecado das editoras brasileiras ainda não foi lançado por aqui). Adaptado para a televisão em 1971, teve inúmeras versões, o que acabou gerando uma franquia própria. Ficou fora da televisão por 11 anos, porém, após a morte de seu criador, retornou ao novo milénio reformulado e com diversas inovações em relação à premissa original.

Os Kamen Riders têm por característica serem super-heróis com uma roupa (atualmente uma armadura super bacana, que rende ótimos bonecos para as criancinhas) de gafanhoto e possuírem uma moto (essa que é a principal característica da série). No mangá de Ishinomori, o Kamen Rider é um guerreiro solitário, frio e amargurado, pois foi transformado em um monstro contra a sua vontade e é rejeitado pela sociedade que protege. Porém, esse conceito foi abandonado na série de TV, a fim de que que as crianças se identificassem mais com o herói (afinal, você gostaria de ver seus filhos assistirem a um cara deprê que luta contra monstros para ser aceito na sociedade?). Os primeiros Riders (Kamen Rider a Kamen Rider Super-1 e Kamen Rider ZX) eram jovens transformados em ciborgues (kaizo ningen ou "humanos remodelados" numa tradução livre). Em Black, Black RX, Shin, ZO e J, os heróis eram mutantes transformados organicamente em decorrência de alguma experiência em seus corpos (tipo a Alice de Resident Evil). Já os Riders atuais (Kuuga até então) vestem armaduras baseadas não só em gafanhotos, mas em diferentes espécies de insetos e outros animais. A série ainda ganhou a sua versão ocidental, chamada de Kamen Rider: Dragon Knight, exibida pela Globo (que como vocês sabem raramente leva uma série até o fim, principalmente se for baseada em alguma coisa nipônica) e lançada em DVD pela Playarte. Além dela, no Brasil, as únicas séries exibidas foram Kamen Rider Black e sua continuação, Kamen Rider Black RX (mesmo assim a série é  famosa até mesmo entre os não – otakus).





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Ultraman

Produzido pela Tsuburaya Productions (enfim alguém diferente \o/). Conta a história de uma família de guerreiros que vieram da Nebulosa M-78 e procuram um hospedeiro humano na Terra para poder combater os monstros alienígenas que querem invadir o planeta (a eterna luta entre o bem e o mal). Os guerreiros Ultra e seus inimigos possuem tamanho gigante (sem comentar a roupa que se destaca no universo – sem exagero). No entanto, nem todas as séries do género possuem seres Ultragigantes, como a pioneira Ultra Q (1966) e seu remake Ultra Q - Dark Fantasy (2004). No Brasil, foram exibidas Ultra Q, Ultraman, Ultra Seven, Ultraman Jack e Ultraman Tiga.





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Henshin Hero

Um dos únicos gêneros independentes de produtora. "Henshin" é uma palavra famoosa e significa mudança, tranformação numa tradução livre, sendo que praticamente todos os heróis de tokusatsu (elo menos a maioria) sofrem algum tipo de transformação. A classificação é usada para qualquer série que não se encaixa nos demais géneros ou não faz parte de nenhuma franquia. Possui sub-géneros, como os "Other Heroes", "Super Heroines", "Classic Heroes" e vários outros. No Brasil, foram exibidas as séries National Kid (Toei Company), Kaiketsu Lion Man (P-Productions), Fuun Lion Man (P-Productions), Machineman (Toei Company), Bicrossers (Toei Company), Cybercops (Toho), Patrine (Toei Company) e Ryukendo (Takara).





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Kyodai Hero

É qualquer série em que apareçam heróis gigantes não pertencentes à família Ultra (por isso o termo Kyodai, que significa irmãos, ou seja, algo como Imãos dos Heróis ou Heróis irmãos). A primeira série de um herói gigante foi Vingadores do Espaço (Magma Taishi, no original). Duas semanas depois, estreou Ultraman. O género teve um boom avassalador na década de 70, o que gerou a criação de muitos heróis como Redman, Thunder Mask, Silver Kamen Giant, Mirrorman, Megaloman e muitos outros, mas acabou entrando em declínio nos primeiros anos da década de 80, o que acabou por sepultar sua produção. No Brasil, as séries exibidas foram Vingadores do Espaço (Magma Taishi ou Ambassador Magma), Robô Gigante e Spectreman.





E quem faz a festa acontecer?

Lógico que o gênero nãos seria o mesmo sem elas, as produtoras, que deram vida a esses heróis. Atualmente, quatro produtoras japonesas se destacam na produção de tokusatsus, apesar de existirem outras que também produzem o gênero, porém em número limitado. A supremacia da Toei é notável (pode perceber, 7 entre 10 tokusatsus tem o dedinho da Toei) em relação a empresas menores, como a Toho ou a Takara, em razão de sua riqueza de subsídios e quantidade de patrocinadores (sem falar nos anos de idade que ela carrega nas costas), o que traz mais aprimoramentos aos projetos das séries. Porém, a Tsuburaya, por produzir apenas o gênero Ultraman, também se destaca por aperfeiçoar cada vez mais o género e vem ganhando espaço na modernidade. Produtoras como a P-Productions, que se destacou em séries como Lion Man e Spectreman (além de uma infinidade dos chamados Kyodai Heroes), estão atualmente extintas/falidas.

  • Toei Company: Maior produtora de televisão do Japão (produz de animes a filmes, passando por série, programas de TV e outras cositas mas), é responsável por mais de 70% da produção de tokusatsus (lebrando dos 7 entre 10? Pois é, não tava exagerando, pelo menos não dessa vez) e criadora dos gêneros Super Sentai, Metal Hero e Kamen Rider. toei logo

  • Tsuburaya: Criada por Eiji Tsuburaya (considerado um mago da televisão no país), produz a franquia Ultraman, considerado o super-herói mais popular do Japão. Também já produziu outras séries como Denkou Choujin Gridman. TSUBURAYA PRODUCTION-LOGO

  • Toho: Responsável pelos filmes do Godzilla (até ele ser sequestrado pelos americanos), pelas séries Cybercops, Guyferd e pela trilogia Chouseishin (Gransazer, Justiriser e Sazer-X). Toho-Logo

  • Takara: Inicialmente uma produtora de brinquedos e outras variedades (concorrendo diretamente com a Bandai), hoje possui um núcleo que produz tokusatsu em parceria com outras empreendedoras, sendo responsável pela série Madan Senki Ryukendo e pela franquia Tomica Hero Series (Tomica Hero Rescue Force e suas continuações, Tomica Hero Rescue Fire e Tomica Hero Police Warrior). 500px-Takara_Logo.svg





Bom, espero que essas matérias tenham iluminado um pouco suas mentes. A partir do mês que vem traremos mensalmente matérias especiais sobre os Tokusatsus mencionado ao longo dos textos. Até lá!
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