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Na Estante: Yu Yu Hakusho



Um clássico de volta às bancas!










Você que nasceu no começo da década de 90, certamente deve se lembrar dos bons tempos da TV Manchete, que nos trouxe tantas alegrias em sua programação. Se Cavaleiros do Zodíaco foi o pontapé inicial para a febre das animações japonesas no país, Yu Yu Hakusho consolidou o gênero no país e até hoje é lembrado como um clássico que marcou gerações. E agora o mangá está de volta em uma nova e "bacanuda" edição.







"Não conheci o outro mundo por querer!"





Yusuke Urameshi é o demônio em pessoa. Boca suja e brigão, ele é o terror da vizinhança e coleciona inimigos por onde passa. Mas apesar da cara de mal o valentão tem um bom coração e acaba morrendo ao salvar uma criança de ser atropelada. E esse deveria ser o fim da história não? 










Problema é que nem o céu, nem o inferno tinha uma vaga reservada para ele. Tudo porque o garotinho que ele salvou não estava destinado a morrer e, além disso, ninguém esperava uma boa ação daquele capeta em forma de gente.










Sem ter para onde ir, Yusuke é guiado pela simpática Botan até o mundo espiritual, onde recebe de Koenma Daioh (filho do Enma Daioh) a chance de voltar a vida, desde que passe num teste. E assim começam as aventuras de Yusuke e sua turma num mundo cheio de figuras sobrenaturais.










Esse primeiro volume somos apresentados ao protagonista, mostrando algumas de suas histórias pós morte enquanto ele não pode voltar ao mundo dos vivos. Confesso que não li o mangá da primeira vez que ele foi publicado, por isso foi legal perceber que alguns pequenos detalhes são diferentes da história do anime.





Outro ponto relevante é o traço do Yoshihiro Togashi, antes dele se render a preguiça e ao Dragon Quest. A arte das páginas pode não ser espetacular, mas o autor acerta em cheio na composição das cenas, dando um ar sério nos momentos certos e um tom escrachado nas cenas cômicas. E mesmo pra uma história da década de 90, os desenhos são bem atuais e conquistam facilmente novos leitores.




“Cheguei pra abalar, hein galera!”





O mangá, originalmente publicado nas páginas da Shonen Jump, conta com 19 volumes e chegou às bancas de todo país em uma edição especial, em tankohon e papel offset, nos mesmos moldes da nova edição de Rurouni Kenshin (cujo review você pode (re)ver aqui).





A edição trouxe uma nova (e muito mais bela) capa, removendo aquele fundo que, particularmente nunca gostei, dando mais destaque a arte da capa. Só achei que poderiam ter deixado o fundo menos morto (rs) com alguma textura, como a da Rurouni Kenshin, mas ainda sim o resultado está espetacular. Fora que refizeram a logo, deixando muito mais próxima do original, além de mais bonita. 





A tradução deve gerar algum mimimi entre os fãs mais saudosistas, já que ela respeita mais o material original e tira boa parte dos termos e expressões que consagraram a dublagem do anime. Por outro lado, essa mudança deixou a leitura mais fluida, já que evita o uso de termos cujo significado não possa ser compreendido por um número maior de leitores. 





A impressão está bem nítida, sem falhas e sem problemas de enquadramento (como balões cortados por exemplo). Também não identifiquei falhas graves de edição das falas.




“Agora eu vou com a cara e a coragem!”





Esse é um clássico indispensável a qualquer colecionador. Cada página carrega aquele toque de nostalgia e é praticamente impossível ler sem ouvir as vozes da dublagem nacional ou vir alguma lembrança marota dos tempos onde a nossa única preocupação era estar na frente da TV na hora que começavam os nossos desenhos.


A edição está ótima e merece ser prestigiada por todos os amantes de mangá, fãs e não-fãs da série. Afinal, vale a pena conhecer o outro mundo por querer.






Nota: [    ]


          5 de 5


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