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Evangelion: O Último Impacto



Após 20 anos, mangá tem último volume lançado mundialmente







AVISO: Este artigo pode conter spoilers sobre o mangá e sobre os filmes da série!






A primeira vez que ouvi falar em Evangelion foi na agora extinta Anime>DO, lá nos idos de 2005. Sim, eu ainda não era conectado a esse mundo e na época não tinha TV a cabo. Mas logo me interessei pelo plot da história: crianças que no meio de um apocalipse tinham que carregar nas costas o fardo de salvar o mundo. 




O mangá, publicado desde fevereiro de 1994 como forma de promover o vindouro anime (que estreou em 1995) é escrito e desenhado por Yoshiyuki Sadamoto, seguindo a mesma trama da animação, mas, ao mesmo tempo que se diferenciando levemente em alguns aspectos, seja em pequenas mudanças de personalidade, até mesmo no modo em que alguns acontecimentos apareciam na trama.





Aos trancos e barrancos, com uma sucessão de hiatos pelo caminho, eis que o derradeiro volume foi lançado mundialmente em vários países - incluindo o Brasil - no final do ano passado. Após 20 anos, finalmente os fãs da franquia poderão ver (ou melhor, ler) o desfecho das aventuras de Shinji e cia.








A última esperança da humanidade





Neon Genesis Evangelion é o tipo de série onde os personagens são tão humanos que você consegue sentir empatia por eles. Todos tem suas motivações, por mais simples e nem um pouco nobres que sejam. Não se trata apenas de salvar o mundo, mas salvar a si mesmos no processo. E os capítulos finais reforçam ainda mais essa vibe.



A história, como já vinha acontecendo nos volumes anteriores, é praticamente a mesma do controverso End of Evangelion (filme que trouxe o verdadeiro final da série de TV). O terceiro impacto está em curso, os humanos se dissolvem após perderem seus campos AT e o Shinji se torna a última esperança da humanidade. A visão de Sadamoto para o final é bem menos subjetiva que a apresentada na animação, respondendo há várias duvidas que surgiram na cabeça dos fãs sobre o que realmente havia acontecido no final da história.



Os sentimentos de Shinji são muito melhor retratados nas páginas do mangá. Através de uma série de lembranças do personagem conseguimos compreender o porque dele ser tão fechado em relação às pessoas e os impactos disso na sua personalidade. Outro fator determinante é que o Shinji abandona sua faceta passiva e começa a tomar decisões baseadas naquilo que ele realmente acredita.



Pela primeira vez em muito tempo, Shinji conseguiu enfim descobrir quem realmente era e quais eram seus reais desejos, abandonando o medo de se machucar e percebendo que isso fazia parte daquilo que chamamos de vida. O terceiro impacto foi detido, a humanidade, desde que acreditasse nisso, voltaria a ser o que era. E a vida iria continuar.



Um novo começo. Ou seria um recomeço?



Evangelion sempre foi coberto de mistérios. E Yoshiyuki Sadamoto acabou por colocar mais uma variável nessa equação quase insolucionável.



O último capítulo do mangá mostra um novo começo na vida de Shinji. Como se o 2º e 3º impacto nunca tivessem acontecido de fato, o personagem se prepara para ir à Tóquio prestar um exame para um renomado colégio. Tudo parece estar no lugar, há neve, muitas pessoas circulando, nada de destruição e um Shinji que parece finalmente ter encontrado um motivo pra viver.







Asuka saindo do trem.

Deu pra sentir o amor a primeira vista?

Eis que, ao entrar no trem, nos deparamos com a figura de uma unidade da série EVA no meio da cidade, onde parece estar há milhares de anos e, pela fala da figurante que nos mostra o estranho objeto, ninguém sabe o que é aquilo. Mas pelo olhar de Shinji parece saber do que se trata. Ou ao menos sente que não é a primeira vez que vê aquilo.







E não, não é o Cristo Redentor.

Eu acho.


Nesse ponto o mangá não nos deixa claro o que aconteceu. Houve um "reboot" da humanidade, onde o Shinji tem a vida que sempre sonhou? Ou se passaram milhares de anos após o 3º impacto e a humanidade evoluiu novamente ao que era? Ou tudo isso está acontecendo apenas na mente do Shinji? São perguntas que ficarão no ar por algum tempo e talvez nunca tenham resposta.








Mais uma peça no quebra cabeça.





A última edição trouxe um capítulo extra de Evangelion, que não foi publicado na revista. E nela mais uma série de questões são levantadas. E teorias também.





Nesse capítulo conhecemos um pouco do passado e da personalidade de Yui Ikari, a mãe do Shinji. Mas acredite ou não, ela não é importante aqui. O foco da trama é mesmo uma personagem que nunca tinhamos visto antes no mangá original. 





Mari Makinami, personagem introduzida no segundo filme de Rebuild of Evangelion, é a protagonista do capítulo. Inteligente ela é candidata a uma bolsa no exterior, apesar da pouca idade, apesar de não estar muito animada com a ideia, por não se achar apta para tal. Ela sente ódio/inveja de Yui, só que isso se deve pelo fato dela sentir algo mais por ela e não ser correspondida.







Mari Makinami e seus mistérios


Essa personagem é cercada de mistérios desde a sua primeira cena no filme. Não sabemos nada sobre o passado dela nem sobre quais são os seus verdadeiros anseios, e ela parece saber mais do que fala. Esse capítulo extra pode nos dar uma luz sobre quem é a personagem, ainda mais com o conceito que foi apresentado no 3º filme sobre a maldição do EVA, que mantêm seus pilotos eternamente jovens. Em todo caso essa é apenas mais uma peça do quebra cabeças sobre essa personagens e as resposta devem (ou não) vir no último filme da série. Esperemos.





O fim.







O mangá deu um final primoroso à jornada de Shinji e cia., amarrando todas as pontas soltas e explorando ainda mais aquilo que Evangelion tem de melhor: os seus personagens. Diferente de toda aquela carga pesada e depressiva de End of Evangelion, o final do mangá é relativamente mais feliz, sem, no entanto parecer extremamente forçado. Tudo foi contruído pouco a pouco ao longo dos capítulos e se encaixou com maestria.





Ainda assim, mais uma vez a subjetividade impera em Evangelion e mesmo respondendo muitas perguntas, Sadamoto nos deixou com aquela impressão de que pode haver um algo mais naquilo tudo, no melhor estilo Inception que deixaria Christopher Nolan orgulhoso. 





Agora cabe a nós fazermos igual ao Shinji e encontrarmos as respostas por nós mesmo. Afinal, assim é a vida não?







Nota: [✦ ✦ ✦ ✦ ]


            5 de 5







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