Na Estante: Rurouni Kenshin #1
O retorno do Battousai (e o nosso primeiro review ^_^)
Criado por Nobuhiro Watsuki e lançado originalmente entre 1994 e 1999, sendo publicado por aqui em 2001 com o nome de Samurai X (embora aquilo no rosto seja uma cruz), Rurouni Kenshin é sem dúvida um dos mangás mais populares no país. Sem dúvida, junto com Yu Yu Hakushô, esse era um dos lançamentos mais especulados e aguardados do ano, e a JBC fez um belíssimo trabalho com essa nova edição, que promete arrebatar os fãs da série e de quebra conquistar novos fãs (que não companharam aretalhada série quando ela foi exibida na TV)
Senta que lá vem história...
Apesar do título cafona e completamente sem noção, quem não conhece Rurouni Kenshin (muita gente, afinal, até alguns meses ele era conhecido como Samurai X), não sabe o que está perdendo. Sabe aquele mangá que você lê descompromissadamente, mas que começa a se envolver e quer ler sem parar? Pois é. Além de uma aula de história, Kenshin e Cia. tem todos os clichês que um bom mangá shonen tem (e precisa ter, ou senão, não seria um shonen), mas a forma como as coisas acontecem deixa tudo natural e não há como não se apegar há um personagem.
Na trama, durante 10 anos Kenshin Himura vagueou pelo Japão como um rurouni (traduzido pelo autor como andarilho) até encontrar a jovem Kaoru Kamiya, lider do Dojo Kamiya, que o confundiu com o Battousai, o retalhador, que estava matando usando o estilo Kamiya Kashin (Espada para a Vida), criado por seu pai, fazendo com que o dojo perdesse alunos. O que ela não imaginava é que o andarilho era o verdadeiro Battousai, que durante o Bakumatsu matou muitas pessoas em nome da monarquia,abrindo caminho para a Era Meiji. Contudo, Kenshin, arrependido pelas inúmeras vidas que tirou, decidiu nunca mais matar, passando a carregar uma sakabatou, espada em que a lâmina encontra-se invertida. Após desmascarar o impostor, Kenshin decide ficar um tempo no Dojo Kamiya, onde os reflexos do seu passado sangrento irão forçá-lo a brandir a espada outra vez.
Pouco a pouco os personagens vão sendo introduzidos à trama, como o doce rebelde de boca suja Yahiko, órfão de uma família de ex-samurais que morreram lutando contra os monarquistas e o badboy (se é que posso chamá-lo assim) Sanosuke Sagara, um encrenqueiro de primeira linha que adora uma boa briga (tem mais personagens, mas ai é entregar spoiler demais).
Muito bem desenhado pelo Nobuhiro Watsuki, o traço pode parecer estranho pra quem está tendo o seu primeiro contato com o mangá (um amigo meu disse que Kenshin estava parecendo uma mulherzinha. O que não deixa de ser intencionalmente verdade), mas a forma como o autor retrata os cenários, as roupas, as trejeitos da época fazem desse um dos mangás de samurai que mais me fizeram ter gosto em ler e perder alguns minutos só olhando as cenas.
E a qualidade técnica do mangá?
A JBC vem melhorando a qualidade dos seus mangás, principalmente dos seus relançamentos (diferente de antes, quando tivemos que engolir as bordas de Evangelion), e com Kenshin não foi diferente.
Seguindo os padrões de Sakura, o mangá foi lançado com miolo em offset, capa mais grossa (mas que particularmente achei mais fina que a de Sakura), mas sem as páginas coloridas do Kanzenban, o que foi realmente uma pena, afinal, as páginas coloridas são de encher os olhos.
A tradução foi revisada e nem de longe lembra a da animação (ok, tem algumas coisas parecidas sim), passado a usar a expressão "Oro?", marca do personagem (assim como o "verme/inseto" do Vegeta), outros termos que na animação foram traduzidos ou simplesmente limados (como por exemplo "Rurouni") e a forma de falar do personagem, que se auto denomina "Este servo" (qualquer semelhança com O Homem Bicentenário é mera coincidência ou nóia da sua cabeça). Fora esses detalhes que eu (que não li a 1ª versão e que me baseei apenas na animação) identifiquei, a tradução competente de Luiz Kobayashi deixa o texto fácil de ler mesmo com as inúmeras referências do texto.
Mas nem tudo são estampas florais nessa nova edição. Nova capa dividiu opiniões. Uns amaram. Outros pegaram suas foices para invadir o prédio da editora. Mas na real? Ela ficou show de bola. Com um visual mais "clean", a JBC optou pro reorganizar a imagem da capa na vertical, eliminando o fundo floral (que particularmente não gosto) substituindo por uma textura "à lá" pergaminho, dando ar de livro à capa (diferente da original onde a poluição visual é pior que a do rio Tietê). O ponto negativo (sempre tem) fica por conta do logotipo da JBC. Ok, não é o pior do mundo, mas nem de longe lembra o original e ficou meio (muito) apagando na capa. Talvez se a tipografia do Kenshin fosse igual ao da letra "K" o visual ficasse mais bacana.
A impressão das páginas está limpa, sem borrões, com o preto realmente preto e, algo que incomodou na edição de Sakura, não há transparência nas páginas (e quando há, não chegam a incomodar como em Sakura). Só acho que deveriam ter colocado alguma arte interna na capa (como o freetalk por exemplo, que foi limado nessa edição - provavelmente para dar lugar ao editorial), mas isso não vai me fazer desistir da edição.
Fora isso, o mangá está de parabéns e vale os R$ 13,90 gastos. Sem dúvida é um dos relançamentos que não podem ficar de fora de nenhuma coleção (mesmo que você tenha a edição antiga, que provavelmente está bem amarelinha), mostrando que é sim possível lançar algo com a qualidade que os fãs merecem sem cobrar preços exorbitantes (nem venham me dizer que podia ser melhor, pois a realidade brasileira não permite mais do que o papel offset. E nem adianta comparar com as edições originais, afinal, não estamos no Japão, onde o mercado é consumista e muito mais forte do que aqui). Sem mais, boa leitura e Amakakeru Ryu no Hirameki.
Criado por Nobuhiro Watsuki e lançado originalmente entre 1994 e 1999, sendo publicado por aqui em 2001 com o nome de Samurai X (embora aquilo no rosto seja uma cruz), Rurouni Kenshin é sem dúvida um dos mangás mais populares no país. Sem dúvida, junto com Yu Yu Hakushô, esse era um dos lançamentos mais especulados e aguardados do ano, e a JBC fez um belíssimo trabalho com essa nova edição, que promete arrebatar os fãs da série e de quebra conquistar novos fãs (que não companharam a
Senta que lá vem história...
Apesar do título cafona e completamente sem noção, quem não conhece Rurouni Kenshin (muita gente, afinal, até alguns meses ele era conhecido como Samurai X), não sabe o que está perdendo. Sabe aquele mangá que você lê descompromissadamente, mas que começa a se envolver e quer ler sem parar? Pois é. Além de uma aula de história, Kenshin e Cia. tem todos os clichês que um bom mangá shonen tem (e precisa ter, ou senão, não seria um shonen), mas a forma como as coisas acontecem deixa tudo natural e não há como não se apegar há um personagem.
Na trama, durante 10 anos Kenshin Himura vagueou pelo Japão como um rurouni (traduzido pelo autor como andarilho) até encontrar a jovem Kaoru Kamiya, lider do Dojo Kamiya, que o confundiu com o Battousai, o retalhador, que estava matando usando o estilo Kamiya Kashin (Espada para a Vida), criado por seu pai, fazendo com que o dojo perdesse alunos. O que ela não imaginava é que o andarilho era o verdadeiro Battousai, que durante o Bakumatsu matou muitas pessoas em nome da monarquia,abrindo caminho para a Era Meiji. Contudo, Kenshin, arrependido pelas inúmeras vidas que tirou, decidiu nunca mais matar, passando a carregar uma sakabatou, espada em que a lâmina encontra-se invertida. Após desmascarar o impostor, Kenshin decide ficar um tempo no Dojo Kamiya, onde os reflexos do seu passado sangrento irão forçá-lo a brandir a espada outra vez.
Pouco a pouco os personagens vão sendo introduzidos à trama, como o doce rebelde de boca suja Yahiko, órfão de uma família de ex-samurais que morreram lutando contra os monarquistas e o badboy (se é que posso chamá-lo assim) Sanosuke Sagara, um encrenqueiro de primeira linha que adora uma boa briga (tem mais personagens, mas ai é entregar spoiler demais).
Muito bem desenhado pelo Nobuhiro Watsuki, o traço pode parecer estranho pra quem está tendo o seu primeiro contato com o mangá (um amigo meu disse que Kenshin estava parecendo uma mulherzinha. O que não deixa de ser intencionalmente verdade), mas a forma como o autor retrata os cenários, as roupas, as trejeitos da época fazem desse um dos mangás de samurai que mais me fizeram ter gosto em ler e perder alguns minutos só olhando as cenas.
E a qualidade técnica do mangá?
A JBC vem melhorando a qualidade dos seus mangás, principalmente dos seus relançamentos (diferente de antes, quando tivemos que engolir as bordas de Evangelion), e com Kenshin não foi diferente.
Seguindo os padrões de Sakura, o mangá foi lançado com miolo em offset, capa mais grossa (mas que particularmente achei mais fina que a de Sakura), mas sem as páginas coloridas do Kanzenban, o que foi realmente uma pena, afinal, as páginas coloridas são de encher os olhos.
A tradução foi revisada e nem de longe lembra a da animação (ok, tem algumas coisas parecidas sim), passado a usar a expressão "Oro?", marca do personagem (assim como o "verme/inseto" do Vegeta), outros termos que na animação foram traduzidos ou simplesmente limados (como por exemplo "Rurouni") e a forma de falar do personagem, que se auto denomina "Este servo" (qualquer semelhança com O Homem Bicentenário é mera coincidência ou nóia da sua cabeça). Fora esses detalhes que eu (que não li a 1ª versão e que me baseei apenas na animação) identifiquei, a tradução competente de Luiz Kobayashi deixa o texto fácil de ler mesmo com as inúmeras referências do texto.
Mas nem tudo são estampas florais nessa nova edição. Nova capa dividiu opiniões. Uns amaram. Outros pegaram suas foices para invadir o prédio da editora. Mas na real? Ela ficou show de bola. Com um visual mais "clean", a JBC optou pro reorganizar a imagem da capa na vertical, eliminando o fundo floral (que particularmente não gosto) substituindo por uma textura "à lá" pergaminho, dando ar de livro à capa (diferente da original onde a poluição visual é pior que a do rio Tietê). O ponto negativo (sempre tem) fica por conta do logotipo da JBC. Ok, não é o pior do mundo, mas nem de longe lembra o original e ficou meio (muito) apagando na capa. Talvez se a tipografia do Kenshin fosse igual ao da letra "K" o visual ficasse mais bacana.
A impressão das páginas está limpa, sem borrões, com o preto realmente preto e, algo que incomodou na edição de Sakura, não há transparência nas páginas (e quando há, não chegam a incomodar como em Sakura). Só acho que deveriam ter colocado alguma arte interna na capa (como o freetalk por exemplo, que foi limado nessa edição - provavelmente para dar lugar ao editorial), mas isso não vai me fazer desistir da edição.
Fora isso, o mangá está de parabéns e vale os R$ 13,90 gastos. Sem dúvida é um dos relançamentos que não podem ficar de fora de nenhuma coleção (mesmo que você tenha a edição antiga, que provavelmente está bem amarelinha), mostrando que é sim possível lançar algo com a qualidade que os fãs merecem sem cobrar preços exorbitantes (nem venham me dizer que podia ser melhor, pois a realidade brasileira não permite mais do que o papel offset. E nem adianta comparar com as edições originais, afinal, não estamos no Japão, onde o mercado é consumista e muito mais forte do que aqui). Sem mais, boa leitura e Amakakeru Ryu no Hirameki.
Gostei do review, compra certa !
ResponderExcluirObrigado, pretendemos fazer outras em breve! ^_^x
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