Tokusatsus: O começo de tudo
Como tudo começou…
Posso até estar sendo redundante no subtítulo (ou usando um dos clichês mais batidos do mundo), mas com certeza esse é o mais apropriado. Após a 2ª Guerra os EUA iniciou uma expansão nacionalista pelo mundo, usando para isso heróis que exaltavam os ideais “justos” americanos, como o Superman, a Mulher Maravilha e o Capitão América (ou ninguém percebeu que as cores das roupas deles combinavam com a bandeira Estadunidense?). Lógico que o Japão, conservador como era, não estava nem um pouco disposto a permitir a invasão alienatória americana, por isso iniciou os primeiros projetos para a criação de seus próprios heróis, que defendessem a ideologia japonesa. As primeiras produções tokusatsu de que se tem notícia foram os longa-metragens do monstro Godzilla (produzidos pela Toho), que fizeram muito sucesso na década de 50. Em 1958, a Toei Company (sim, a mesma que hoje produz Cavaleiros do Zodíaco) produzia o primeiro super-herói japonês da história: Gekko Kamen (traduzido como Máscara Luar). A partir de então, o gênero começa a abranger as séries televisivas e produções cinematográficas de super-heróis. Nos anos 60, desencadeado pelas novas tecnologias da época (principalmente pela televisão a cores),o gênero começa a se reinventar, um período em que a produção de heróis aumentou consideravelmente e diversas produtoras engajavam-se na criação de novas e variadas produções.
A invasão nas terras Tupiniquins
Na década de 80, chegava à televisão Jaspion e Changeman, em um investimento arriscado do empresário Toshihiko Egashira com a Rede Manchete. Ao contrário do que se pensava, as séries obtiveram um enorme sucesso, gerando uma explosão do gênero de super-heróis japoneses no Brasil, abrindo as portas do mercado para a vinda de novas séries e a venda de produtos e brinquedos. Por conta disso, os anos 80 foram marcados por essa "onda" da cultura japonesa na televisão. Não me admira que até hoje muita gente que nem era nascida ainda (eu por exemplo) reconheça esses heróis, pois a fama deles atravessou gerações (mais uma frase clichê, eu sei). 
Segundo Toshihiko Egashira, antigo dono da Everest Vídeo (depois Tikara Filmes), com o sucesso das séries outras empresas tais como a Oro Filmes e a falida Top Tape também se interessaram por outras séries e com o tempo o género tornou-se uma coisa muito comum. Algo digno de nota é a concorrência com a série nipo-americana Power Rangers, que usa as cenas de ação japonesas e atores americanos. Não por esta ser de melhor qualidade, mas pelos seus menores custos de distribuição, tradução e dobragem. Consequentemente, na atualidade (com exceção da UlbraTV, da NGT e da Rede Brasil) há todo um quadro de desinteresse das emissoras brasileiras quanto ao género, o que é uma pena, já que muita coisa boa acaba ficando perdida na gaveta das licenciadoras. Boatos até dizem que em breve os tokusatsus voltarão com força para TV, já que em 2009 a empresa Focus Filmes lançou de três séries do gênero em DVD: Jaspion, Changeman e Jiraiya (exibidas pela Manchete na década de 80). Mas é bem difícil prever a cabeça das equipes que escolhem o que colocar no ar. Parece que eles foram hipnotizados, pois só enxergam o que vem da terra do Tio Sam.
No começo do século XXI a série Kamen Rider Kuuga até chegou a ser adquirida pela empresa DaLicença (a mesma licenciadora que trouxe para o Brasil animes como Dragon Ball Z, Card Captor Sakura e outros), mas adivinhem, não houve interesse das redes de televisão em adquiri-lo. Felizmente dois filmes de Ultraman (Ultraman The Next e Ultraman Tiga - A Odisseia Final) foram lançados oficialmente no país em DVD pela Impact Records. Em setembro de 2008, foi exibido no Cinemax o filme "Ultraman Mebius & Ultraman Brothers", no qual os antigos Ultras reaparecem para ajudar Mebius. A exibição do filme, com legendas em português, e em 2009 a exibição da série Madan Senki Ryukendo pela RedeTV! animou os fãs e reacendeu a esperança de um dia, o Tokusatsu retornar à TV brasileira. Esperança essa que cada vez mais vem se esvaindo, não só em relação aos Tokusatsus, mas também se estende a qualquer outra produção nipônica.
É claro que tem muito mais a se falar sobre esse vasto gênero, então acompanhem a série especial sobre os Tokusatsus na semana que vem.
Até lá!
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